Estresse

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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Sin. tensão nervosa.
A Classificação Internacional de Doenças (CID10) usa o código R45 para tratar de sintomas e sinais relativos ao Estado emocional, onde inclui Nervosismo e Tensão nervosa (R45.0).
O vocábulo estresse, amplamente popularizado, deriva do inglês que, em física é usado para indicar o grau de Deformidade sofrido por determinado material quando submetido a esforço ou tensão.É evidente o conhecimento geral da tríade: - Estresse - Estado psicológico - baixa defesa orgânica -. Todos conhecem casos de maior ou menor expressão, onde um quadro alarmante de Falência psíquica é desencadeado por tensões, preocupações e angústia, acompanhado de uma Queda de Resistência orgânica. Assim, a biografia de cada um explica suas possibilidades de adoecer, a natureza de seus conflitos e sua Forma de se adaptar ou lidar com eles, isto é, os mecanismos de defesa de que lança mão, bem como perdas e frustrações e sua Capacidade de aceitá-las, administrá-las, e Conviver bem com elas. Em 1936 Hans Selye introduziu seu uso na medicina e Biologia para expressar o esforço de Adaptação dos mamíferos para enfrentar situações que o organismo percebe como ameaçadoras a sua vida e ao seu equilíbrio interior, pois o ser vivo mantém-se com vida enquanto consegue manter equilíbrio Interno - Homeostase. À percepção da Ameaça o Cérebro emite ordens para mobilizar defesa e o Sistema simpático é ativado com conseqüente descarga de catecolaminas (adrenalina) no Sangue. Imagine-se, por exemplo, um rato sendo perseguido por um gato! Estresse é um Estado de tensão do organismo decorrente de múltiplas causas, sejam elas emocionais, psicológicas ou físicas. O Fato de estar sob tensão significa que algumas glândulas estão secretando hormônios para manter o Estado de alerta. Tal sistema, habitualmente, é ativado de urgência quando o organismo precisa de respostas repentinas e de curta duração. Em tais ocasiões o Coração bate mais rápido, a Pressão sobe e as artérias dos músculos dilatam-se. Tudo ocorre para que haja maior irrigação nas extremidades e se possa, por exemplo, fugir de um Perigo. Nestas circunstâncias a irrigação do cérebro, do Coração e dos rins fica prejudicada em favor dos músculos periféricos. Tal situação só pode ocorrer em curto espaço de tempo. Quando ela perdura por longo Período torna-se muito prejudicial, principalmente para o lado das arteríolas dos rins e se o Indivíduo for hipertenso seus níveis de Pressão se elevam, agravando ainda mais a sua situação. Todas as emoções, medo, ira, Amor e correlatas, são sentidas pelo organismo como uma situação de desequilíbrio e, portanto, provocam uma descarga adrenérgica que, se não for usada para a movimentação natural dos músculos que dependem da vontade, vai descarregar-se naqueles sobre os quais não se tem controle, como estômago, intestinos, Coração e Vasos sangüíneos. Uma das importantes características do Estresse é ser uniforme e inespecífico. Isto é, a preparação do organismo será idêntica para qualquer Tipo de Ameaça ou agressão, independente da natureza ou do grau de Perigo que representa. Na verdade, a ocorrência do Estresse não requer necessariamente que haja Perigo real, mas apenas uma súbita Mudança ou Ameaça de mudança, no Estado de equilíbrio. Desse modo até uma boa notícia pode ser Causa de Estresse. No Caso dos seres humanos o Processo é basicamente o mesmo verificado nos animais, com a diferença de que o Comportamento imaginário de cada Pessoa pode ser muito mais significativo. Da mesma Forma que acontece com o rato, o organismo humano diante do Perigo se prepara para o confronto ou a fuga, só que, na maioria das vezes, isso não acontece e conseqüentemente a descarga será em algum “órgão de choque”. A repetição desse mecanismo ao longo da vida faz com que a Pessoa desenvolva gastrite, Pressão alta, infarto, etc. As Alterações orgânicas causadas pela Catecolamina acabam por ferir a Parede interna das artérias, facilitando o Depósito de placas de gordura, que finalmente as obstruem. Na verdade, o Estresse depende da maneira como interpretamos ou sentimos os acontecimentos da vida.
Como combater - 1. Desenvolver o autocontrole. Aprender a enfrentar os problemas do cotidiano sem se envolver emocionalmente com eles. Sabe-se que a Ansiedade ajuda no desempenho até um determinado ponto, depois do qual progressivamente passa a prejudicá-la. Criar em torno de si uma barreira psicológica para se proteger das agressões corriqueiras e diárias, das cobranças sociais ou próprias da Personalidade; 2. Usar o tempo adequadamente e não ter pressa; 3. Buscar a excelência em tudo que se faz, mas sem confundi-la com a perfeição, que é utópica; 4. Aceitar suas próprias limitações e não se forçar; 5. Esforçar-se para atingir os objetivos dentro de seus limites e critérios, mas sem excesso; 6. Deve-se trabalhar para viver e não viver para trabalhar; 7. Ser espontâneo e procurar manter boas Relações no trabalho, sem bajulação ou submissão, não se cobrar a todo momento, ser tolerante consigo mesmo, não deixar fugir a Liberdade própria. Se alguém tiver que ficar aborrecido, que não seja você. Saiba administrar seu relacionamento. 8. Lembrar-se que tudo passa e acaba por arranjar-se independentemente de nos preocuparmos. Aliás, em geral, passa e se arranja mais fácil e rapidamente quando menos nos preocuparmos. A energia elétrica segue o caminho mais fácil: se um fio bifurca, ela vai pelo de menor Resistência. Assim também com a Água encanada, descendo um morro. O nosso Comportamento sempre segue o caminho mais fácil, mais Normal à sua predisposição física. Se esta for levantar-se às 5 horas, seria um martírio ter que levantar só às 9 horas, e vice-versa. O caminho mais fácil sempre é determinado pela estrutura. O que determina onde o animal pisa ao subir o morro não é ele, é a estrutura do terreno. O que vai determinar o seu Comportamento é a sua estrutura psicológica. Se forçar, pode explodir. E quando isso ocorrer todo esforço terá sido em vão.
Técnica de relaxamento: Alguns exercícios de relaxamento poderão ser extremamente úteis para minimizar o Estresse. A sua prática diária em qualquer que seja a oportunidade, mesmo que inicialmente seja breve, pode ser extremamente útil. Leia com Atenção e procure exercitar-se sempre que puder. 1. Posição inicial: - Deitado de costas, ou mesmo sentado em uma poltrona, pernas e braços separados de maneira confortável. Pés e mãos levemente caídos para fora; - Procure o conforto apoiando a Cabeça num travesseiro, almofada ou deixe-a pendente para um dos lados. 2. Exercício: - Relaxar sentindo, inicialmente, Parte do corpo, pode ser dos pés para cabeça, ou qualquer outra seqüência de observação, desde que seja sistemática e completa; - Em seguida, buscar a sensação do Corpo todo relaxado. Para alguns, é a sensação de que o Corpo está mais pesado, para outros, é a de quem flutua. Há quem tenha outras sensações, mas o que importa é sentir o Corpo todo relaxado; - Trata-se de ter a Consciência de, maior e progressiva, Ausência de Contração muscular! 3. Cuidados: - Relaxamento é um Processo consciente, evitar o Sono no seu exercício; - Não o pratique antes de dormir para não se condicionar a dormir em seguida; - Durante o relaxamento observar a respiração, sem interferir nela; - Imaginar um lugar tranqüilo, uma paisagem ampla, que dê idéia de infinito, como o Nascer do sol ou o mar; - Qualquer artifício que afaste as preocupações ajuda no relaxamento; - Atenção para não criar Dependência de fatores externos, como música ou alguém conduzindo; - O Processo de relaxamento deve ser o mais independente possível. O relaxamento vem da intenção e do comando Interno individual. 4. Freqüência: - Começar com três minutos e ir aumentando até dez minutos, diariamente. Após uma semana reavalie seu estado, conscientize-se dos benefícios e incorpore esta prática aos seus hábitos.