Resgate do humano

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
Ir para navegação Ir para pesquisar

A falta de planejamento educacional do país, criando indiscriminadamente escolas médicas, sem observar a exigência mínima de possuir Hospital próprio, Corpo docente adequadamente preparado e sem prevêr o mercado de trabalho, prejudicou a formação do médico. Tem conceitos de valores equivocados, com notória falta de critério na utilização do Arsenal tecnológico conquistado. O médico não contempla o Caráter social do paciente, separa a mente do corpo, fragmenta-o em sistemas, Órgãos ou segmentos. A conseqüência é melancólica: não ouve as queixas do paciente, não tira sua História clínica, não faz o exame físico completo e solicita uma quantidade exagerada de exames complementares, muitas vezes, desconhecendo a interpretação dos resultados, prescreve sem critério científico e sem dar ao doente o menor esclarecimento. Tal postura quebrou a relação médico/paciente. O jovem que acaba de ingressar numa faculdade de medicina vai exercer a profissão, daqui há dez anos num mundo totalmente diferente, essencialmente globalizado econômica e, por conseqüência, tecnicamente. Deverá aprender a Raciocinar com dados em evolução para resolver problemas desconhecidos, sequer imaginados, numa sociedade cada vez mais exigente onde o doente descontente quer médico mais competente. Mas a essa competência intelectual impõe-se também a emocional. Com mais esse predicado: razão controlando a emoção, o vínculo médico/paciente há de ser restabelecido, mas somente ocorrerá se for resgatado o humano que existe dentro do homem.