Raciocinar com dados em evolução

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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Curiosidade é atributo peculiar à natureza humana. Conhecer a novidade é de Interesse comum a todos; entreatnto, aceitá-la é restrito a poucos, e adotá-la é ainda mais difícil. O médico, como homem, não foge a essa regra, acrescida da Agravante imposta pela profissão, que exige rigorosa precaução para aplicar no Paciente todas as vantagens da modernidade. No Caso do médico, as circunstânciasse revestem de Caráter paradoxal, uma vez que, embora esteja sempre ávido pelas últimas conquistas da medicina, tem muita precaução em adotá-las. Teme trocar o conhecido por algo inteiramente novo. Tal precaução é mais acentuada por Parte dos especialistas, que sentem, à vista dos avanços da modernidade, a fragilidade dos seus conceitos e vêem na sua aceitação a transitoriedade de sua verdade e, no ato de adotá-los, a ruptura de conhecimentos consolidados pela experiência. Mudar, aceitar o novo, é disposição peremptória de enfrentar um desafio. Indiscutivelmente, nova experiência sempre faz crescer. Neste ponto, os paradigmas têm sobre os jovens muita influência. A Capacidade de rever os valores já aceitos e de raciocinar sem preconceito é a maior lição dos mestres. O grande dilema do médico é experimentar o desconhecido, apoiado na experiência alheia, ou continuar no convencional e, quem sabe, estar privando seu Paciente de um Benefício recém-conquistado, Na reflexão sobre essa decisão vem à tona a Consciência de que a modernidade custa grande dedicação à pesquisa, vultosos investimentos materiais, às vezes até mesmo sorte, quando não uma centelha de genialidade. Não aceitá-la é uma postura reacionária condenável. Enquanto a Adoção da modernidade do instrumental e da aparelhagem para diagnósticos caminha a passos longos, utilizando exames cada vez menos invasivos e de grandes especificidades e segurança cada vez maior, o mesmo não ocorre com os fármacos. O progresso, para ser incorporado ao Arsenal terapêutico, passa rotineiramente por um rigoroso Período probatório, uma vez que não basta saber apenas quais os resultados imediatos: é necessário conhecer também os efeitos secundários e, mais ainda, averiguar se não existem conseqüências para o patrimônio Genético do Paciente e se não haverá Risco para as futuras gerações. A Capacidade de aceitar o novo deve ser exercitada, pois será indubitavelmente um dos predicados do Médico do futuro. Sua Inteligência deverá ser desenvolvida para lhe dar versatilidade, Capacidade de Raciocinar com dados em evolução.