AIDS, Síndrome de imunodeficiência adquirida sem outra especificação
(ref. Guia de Vigilância Epidemiológica) A Aids, para adotar a Sigla inglesa, ou Sida, é Síndrome da Imunodeficiência adquirida, grande calamidade que atinge a humanidade na era moderna. Treze milhões de adultos e um milhão de crianças são hoje portadores de vírus da Imunodeficiência humana (HIV). Sendo que três milhões já estão com a Doença.
No Brasil, o Crescimento é notório e metade dos casos registrados já morreram. O Grupo de risco inicial era de adultos homossexuais masculinos. Esse quadro tem se modificado, passando para os heterossexuais, em decorrência do Aumento de Incidência em mulheres, o que está também fazendo aparecer em crianças que têm mãe infectada.
O Brasil é o país onde a sobrevida é menor (5,1 meses) em relação aos países desenvolvidos; nestes o tempo médio de sobrevida é mais que duas vezes o do Brasil, como: Dinamarca 13,2; Estados Unidos 12,2; Itália 12,5 e Espanha 12,8.
A Aids é provocada pelo HIV, que atinge o Sistema imunológico do organismo.
Os fatores de Risco são: Variação de parceiros sem o uso de preservativos; transfusão de Sangue ou Derivados não submetidos a provas adequadas; uso de agulhas e seringas de maneira promíscua por usuários de drogas; Gravidez em mulher infectada com HIV e recepção de Órgãos ou sêmem de doadores não testados.
O HIV não é transmitido pelo Contato diário, abraço ou beijo, alimentos, Água ou picadas de insetos.
A evolução clínica da Infecção pelo HIV têm três fases: Infecção aguda, fase assintomática e a Aids. A Infecção aguda surge após semanas ou meses e manifesta-se por febre, calafrios, sudorese, dores musculares, cefaléia, distúrbios gastrointestinais, dor de garganta, linfoadenopatia e erupções cutâneas. Tal Estado perdura por duas ou mais semanas, desaparecendo a seguir e, muitas vezes, passando por Infecção viral banal. A fase assintomática é de duração variável, de meses ou anos. Trata-se de um Período de Incubação que dura em média dez anos. A Aids desenvolve-se à medida em que a Imunidade vai baixando, com sinais de Febre prolongada, diarréia, perda de peso, Sudorese noturna, Astenia e Adenomegalia.
Doenças controladas pelo Sistema imunológico ocorrem e recidivam, como tuberculose, pneumonia por Pneumocistis carinii, Toxoplasmose cerebral, candidíase e meningite por criptococos. Podem aparecer tumores raros em pacientes imunocompetentes, com o Sarcoma de Kaposi. Tem sido observado o aparecimento de formas graves e atípicos de doenças tropicais como Doença de Chagas, Leishmaniose e Paracoccidioidomicose.
O Diagnóstico laboratorial pode ser feito através da pesquisa sorológica com testes de antígeno, Anticorpo ou pelo Isolamento do vírus. Os testes sorológicos só tem valor depois de doze semanas de Infecção. O intervalo entre a Infecção e o aparecimento do Anticorpo é denominado janela imunológica.
Na prática, são usados três testes sorológicos para detecção de anticorpos anti-HIV: o Teste imunoenzimático, conhecido por ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay); o Teste de imunofluorescência indireta - IFI e o Western blot (WB). Tais testes não têm absoluta Sensibilidade e nem Especificidade. Há de se compreender assim a possibilidade, ainda que reduzida, de falso-positivo, bem como de falso-negativo.
Objetivos dos testes de detecção do HIV - Os testes de detecção do HIV podem ser feitos dentro de quatro contextos: 1- como Diagnóstico da Infecção em um Paciente; 2- para garantir a segurança das transfusões de Sangue e derivados, bem como de doação de órgãos, tecidos ou Esperma; 3- para vigilância epidemiológica e; 4- como pesquisa epidemiológica, clínica ou virológica.
Na primeira eventualidade, quando se pretende fazer o Diagnóstico da Infecção em um paciente, é aceita como positiva se após, pelo menos, dois exames feitos com técnicas diferentes, os resultados forem positivos.
Na segunda alternativa, para segurança da transfusão de Sangue e derivados, bem como de doação de órgãos, tecidos ou esperma, apenas um Teste positivo é suficiente para descartar sua utilização.
Na terceira condição, a de vigilância epidemiológica, apenas uma amostra de Soro repetidamente positiva para anticorpos contra HIV é suficiente como evidência laboratorial.
Algumas peculiaridades envolvem os casos de Aids e são elas: respeito ao confidencial, lembrando que se impõe o Sigilo Médico ou, no caso, o segredo profissional, pois há outros profissionais não Médicos envolvidos e tutelados constitucionalmente, o que significa dizer que a quebra de sigilo é Crime.
Notificação Compulsória.
(ref. CID10) AIDS-related complex [ARC] sem outra especificação, (B24). Ver: HIV