Relacionamento humano, essência do

Admirar, gostar e, até mesmo amar, é Impulso emocional que pode ocorrer entre as pessoas à primeira vista. A continuidade do relacionamento dificilmente mantém aquele sentimento, tal como no início: consolida-se e aumenta ou diminui. Raramente permanece o mesmo, tudo dependendo do grau e natureza dos interesses existentes entre os envolvidos.
Há, entretanto, um aspecto que pode ser considerado para entender-se as dificuldades que podem surgir na manutenção do relacionamento entre as pessoas. A probabilidade de prejudicar o relacionamento é sempre maior do que a de fortalecer. Comumente entre as pessoas podem ocorrer conflitos e, se houver reconciliação, poderá haver consolidação; entretanto, o mais provável é que as dificuldades aumentem, desgastando o relacionamento.
O Complexo mecanismo do relacionamento entre as pessoas é profundamente influenciado pela Emoção. Ela interfere, o mais das vezes, dificultando o entendimento. Uma visão simplista, imaginada por William James, dá uma idéia do porquê as coisas se tornam tão difíceis para duas pessoas se entenderem de maneira duradoura. Ele afirma que, “quando duas pessoas se encontram há, na verdade, seis pessoas em presença: cada Pessoa como se vê a si mesma, cada Pessoa como a outra a vê e cada Pessoa como realmente é”.
Sendo assim, é muito fácil imaginar que os pontos conflitantes sejam mais freqüentes que os de empatia. É sempre muito mais provável que no relacionamento ocorram situações em que um veja a imagem real ou virtual do outro não coincidir com a que fazia, ou com a que esperava e, então, se decepciona ou até se irrita. Como a recíproca pode também ser verdadeira, se ambas as situações ocorrerem simultaneamente, tudo pode agravar-se mais rapidamente. Como é da natureza humana ser sempre muito mais rigoroso com os outros do que consigo próprio e como há probabilidade de a percepção das imagens desagradáveis ser mais forte do que a das agradáveis, as pequenas diferenças, desprezíveis de início, vão se acumulando. Facilmente brota um Conflito. Uma vez instalada tal situação, as exigências aumentam e, progressivamente, os confrontos vão deteriorando o relacionamento. A situação se reverte e, da simpatia, da admiração e do Amor passa-se à indiferença, à antipatia, podendo chegar até ao ódio.
Acredito que o conhecimento do que comumente ocorre entre as pessoas, vistas pelo prisma apresentado, poderá ajudar muito o médico. Talvez reflexões nessa linha de pensamento possam propiciar o aprimoramento da Capacidade de relacionar-se com os pacientes e seus familiares.