Modernidades e seus riscos

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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O vertiginoso Progresso tecnológico tem assombrado a todos com suas fantásticas conquistas. Elas vão além da imaginação da própria ficção científica.
Dificilmente se encontraria um padrão comum para avaliar a Forma do Progresso em setores diferentes. Há o Progresso que se pode denominar contínuo, obedecendo a uma linha constante de pensamento: tome-se o Caso da redução do tamanho de componentes, por exemplo, no campo dos computadores. Reduz-se o tamanho, a precisão aumenta, os custos caem e o Progresso se faz de Forma contínua. Há, entretanto, os progressos descontínuos, que se verificam aos saltos, mediante Mudança ou revolução do pensamento.
Os fatos não poderiam ser diferentes em medicina, o que se pode notar no que concerne à precisão diagnóstica, à precocidade da Identificação de lesão, ao emprego de técnicas cada vez menos invasivas. Não menos rápido é o que ocorre no Arsenal terapêutico que, a cada momento, acrescenta novos elementos, permitindo maior número de alternativas para solucionar problemas já bem estabelecidos e outros, que o refinamento do Diagnóstico vai possibilitando compreender com maior clareza. Ao lado desses dois fatos, e para ampliar o campo de ação do médico, há grande contribuição da indústria farmacêutica com produtos cada vez mais eficientes, de grande pureza, com menores efeitos secundários indesejados e mais específicos.
Quanto à introdução de produtos no mercado, há uma série de precauções a serem tomadas, e somente após a obediência a certos procedimentos é que eles são liberados.
Assim, contam-se entre esses procedimentos um grande número de testes experimentais em animais, cujos efeitos laboratoriais devem ser comprovados, e, além deles, testes biológicos, em razão dos quais serão afastados eventuais perigos para o homem. Aí, então, provas terapêuticas são feitas, obedecendo sempre a um planejamento científico e a um meticuloso Controle.
No Caso das técnicas cirúrgicas as coisas são diferentes. O cirurgião é o médico que procura corrigir a Doença com suas próprias mãos, o que condiciona uma possibilidade muito diferente de Avaliação.
Não há obrigatoriedade de experimentação em animais e ela pode ser aceita e adotada pelos demais cirurgiões. A introdução de uma nova Técnica não exige de maneira formal que o seu criador apresente os casos com Seguimento para comprovar sua Eficácia.
O êxito do cirurgião vai depender de sua exclusiva experiência. A Pressão dos colegas e as ações judiciais são os únicos empecilhos que podem impedir um cirurgião.
Hoje estamos vivendo o momento de um Progresso em salto na cirurgia, pois a Cirurgia endoscópica ganhou enorme espaço e delicadíssimas operações, como colecistectomias e outras, como Hérnia Inguinal e apendicectomias, podem ser feitas com essa Técnica.
Um congresso médico realizado nos Estados Unidos foi transmitido por satélite e os cirurgiões brasileiros puderam assisti-lo na Embratel, graças ao patrocínio do Ministério da Saúde e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões.
Há de se considerar no Caso o Fato de tratar-se de grande Progresso que, mais uma vez, está encarecendo mais a medicina, pois a aparelhagem custa sessenta mil dólares e se comportará como um forte Impulso para elitizar ainda mais a medicina e assim dificultar o acesso dos mais necessitados a esse Benefício.
Esse Progresso recente pode gerar Erro médico se for utilizado por profissional que não seja capaz de resolver os acidentes e Complicações peculiares ao método. Existe a possibilidade de Lesão da Artéria cística e, se aquele que estiver realizando o Procedimento não for exímio cirurgião, o Paciente poderá esvair-se em Sangue e não haver condições de ser socorrido a tempo e de maneira adequada.
As operações contaminadas geram um Risco a mais pela possibilidade de complicar-se com peritonite, o que agrava muito o quadro clínico do doente, aumentando o Risco cirúrgico e pondo em Perigo a vida do Paciente.
Não se pode deixar de considerar, com esse método, os casos que evoluem bem, sem acidentes e nem Complicações e que são a maioria. Eles permitem tempo Inferior de internação hospitalar e sofrimento muito menor do Paciente no pós-operatório. Quanto ao custo, porém, os dados oferecidos pelos americanos não poderão ser comparados com os brasileiros.