Médico, perfil

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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Todo médico que se inicia numa especialidade, não só deve como, precisa saber quais os objetivos a serem alcançados e como atingí-los. O jovem costuma muito freqüentemente decidir-se por uma especialidade levado pelo êxito de um profissional, que se tornou conhecido, pelo exemplo de um Professor ou pelos desafios para sua Inteligência dos diagnósticos e das habilidades exigidas para os procedimentos daquela Área do saber. Para exemplificar esse fato, eu próprio optei pela Cirurgia Vascular quando entendi a Beleza da Cirurgia fisiológica no dizer de Leriche a respeito da Simpatectomia em que se opera num local e espera-se o resultado a distância e o encantamento tornou-se maior ao entender, na ocasião, a hemometacinesia. Que a bilateralidade da operação é proscrita pelo Fato da resposta vasodilatadora das artérias denervadas roubarem o Sangue do território isquêmico onde a Doença obstrutiva é mais indelével. Evidentemente, muitos outros mecanismos psicológicos e das mais variadas naturezas levam o médico a se dedicar a esta ou aquela Área dentro da medicina. O perfil do médico estabelecido pela computação de dados obtidos pela resposta a vinte mil questionários enviados aos Médicos de todo Estado de São Paulo e ao Corpo docente de todos as Escolas Médicas do país. Perto de cinco centenas de colegas formados pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo responderam o questionário. Este procurava esclarecer, através de perguntas simples, o julgamento que o próprio médico faz da sua escola no que diz respeito ao cabedal de conhecimento que ela lhe forneceu. Assim, 72,75% responderam que se sentiam bem preparados ao sair da escola, enquanto 26,50% gostariam de ter tido melhor preparo nas Cadeiras básicas e 69,75% nas clínicas. A amostra estudada revelou que, em seu aprimoramento profissional, 54,00% haviam feito Residência Médica, 67,25%, estágio variado, e que 25,00% deles tinham usufruído Bolsa de estudos. Quanto à especialização, foi observada a distribuição que aparece nos quadros apresentados a seguir: Especialidades – Cirurgia (13,50%); Obstetrícia (12,50%); Pediatria (11,75%); clínica médica (11,25%); outras (51,00%). Especialidades cirúrgicas (22,75%) – Oftalmologia (4,50%); Urologia (4,00%); Otorrinolaringologia (2,75%); Cirurgia gastrenterológica (2,50%); ortopedia (2,25%); Cirurgia Plástica (1,75%); Neurocirurgia (1,75%); proctologia (1,50%); Cirurgia torácica (0,50%); Cirurgia Vascular (0,50%); queimaduras (0,50%); Cirurgia pediátrica (0,25%). Especialidades clínicas (29,25%) – psiquiatria (7,75%); Cardiologia (5,75%); Neurologia (2,75%); Gastrenterologia (2,25%); Dermatologia (1,75%); Alergia (1,50%); pneumologia (1,50%); Reumatologia (1,50%); cancerologia (1,25%); moléstias tropicais e infecciosas (1,25%); Endocrinologia (0,75%); Nefrologia (0,75%); hansenologia (0,25%); hematologia (0,25%). Outras especialidades (10,75%) – Radiologia (1,50%); medicina sanitária (1,25%); medicina do Trabalho (1,00%); Patologia (1,00%); Radioterapia e medicina nuclear (1,00%); microbiologia e laboratório clínico (1,00%); fisiatria (0,75%); Anestesiologia (0,50%); administração (0,50%); Anatomia (0,50%); Medicina legal (0,50%); hemoterapia (0,50%); eletroencefalografia (0,25%); Farmacologia (0,25%); Histologia e embriologia (0,25%). A soma do total dos três últimos quadros (62,75%) superando ao indicado como “outras” (51,00%) no primeiro quadro decorre do Fato de menos de dez por cento (11,75%) dos que responderam ao questionário terem indicado exercer mais de uma especialidade. Ao defrontar com a vida prática, 21,50% dos integrantes da amostra estudada referem ter tido Dificuldade em encontrar emprego. No que diz respeito à clínica particular, 51,50% referem que ela está aumentando. O plantão noturno também foi pesquisado. Dos Médicos que responderam ao questionário, 68,00% fizeram plantão até os cinco anos subseqüentes à formatura; já durante dez subseqüentes, 7,50% e, nos quinze seguintes, 3,75%. A casa própria foi adquirida no primeiro ano de formado em 19,50% dos casos; até o terceiro ano em 33,50%, até cinco anos, em 50,80%, até dez anos, em 84,00% e em 95,80% aos quinze anos de formado. No que diz respeito aos métodos adotados para sua atualização, 77,50% responderam que lêem revistas nacionais e 60,75% lêem estrangeiras também. O congresso médico foi considerado útil por 71,75% dos Médicos. Indagados quanto a seu ponto de vista na utilização de métodos não convencionais na formação e no aprimoramento do médico, 45,25% foram favoráveis. Destes, 48,25% aceitaram a Televisão; 30,25%, o “video-tape”; 25,80%, o “K-7” e 11,50% o Rádio; 17,00% manifestaram-se favoráveis a outros métodos, sem porém indicá-los. Na oportunidade que foi feita essa pesquisa não havia, como hoje, Internet à disposição.