Homocisteína
Há quase 30 anos, Kilmer McCully, um patologista do Massachussets General Hospital, propôs que níveis plasmáticos elevados de momocisteína estariam associados com o desenvolvimento de lesões vasculares, baseando sua conclusão nos achados de Autópsia de uma Criança de 7,5anos de idade, que Tinha um nível plasmático de Homocisteína, muito alto devido a um raro Defeito na via metabólica da vitamina B12. Hoje em dia, apesar da relativa falta de informação sobre a fisiopatologia da Doença Vascular causada pela Homocisteína, está claro que níveis plasmáticos elevados de Homocisteína são um fator de Risco independente para a Doença arterial coronária, Doença Vascular periférica, Doença cérebro-vascular e Trombose venosa. A Homocisteína é derivada da metionina proveniente da dieta e é um metabólico intermediário na via biossintética que converte a metionina em Cisteína. A cisteína, portanto, não é um Aminoácido essencial em humanos, uma vez que pode ser sintetizada a partir da metionina, via Processo de transsulfuração. Assim, níveis elevados de metionina não estão associados à Doença Vascular. A Homocisteína sintetizada, a partir da metionina, tem dois destinos possíveis: metabolização pela via de transsulfuração, a cistationa, ou pela via de remetilação, a metionina. O requerimento da metionina para estas reações metabólicas é em grande Parte proveniente da sua própria Capacidade em se regenerar, a partir da Homocisteína, prevenindo, portanto, sua Depleção. A via de transsulfuração, na qual a Homocisteína é irreversivelmente convertida à cisteína, existe como uma exceção a esta regra. Aproximadamente 50% da Homocisteína é convertida, irreversivelmente, à cistationina, reação catalisada pela Enzima cistationina -sitetase (CBS), dependente do fosfato de pridoxal (vitamina B6), como co-fator, pela chamada via de transulfuração. Aproximadamente 70% da Homocisteína que circula no plasma está ligada a proteínas, na maior Parte à Albumina. Em indivíduos normais, os níveis plasmáticos de Homocisteína total variam entre 7 a 14µmoL/L, com um nível médio de 11,6µmoL/L. Porém, este valor depende da Técnica utilizada para a determinação. Estudos epidemiológicos demonstraram uma correlação negativa entre Homocisteína e vitamina B12 plasmática e uma correlação positiva forte com a idade, Sexo masculino, fumo, Hipertensão arterial, níveis aumentados de Colesterol e sedentarismo. Assim, para a comparação plasmática dos níveis de Homocisteína entre os grupos, os pacientes devem ter controles apropriados referentes à idade, Sexo e Estado estrogênico. Em resumo, a maior Parte dos relatos publicados descrevem níveis elevados de Homocisteína em pacientes com Doença coronária. Em vários destes estudos, a hiper-homocisteinemia foi considerada como fator de Risco independente, sendo que mesmo dentro de níveis considerados como normais, o Risco de desenvolvimento de Doença coronária aumenta com o Aumento da Homocisteína plasmática, independentemente de outros fatores. Segundo Dem Heijer e col., a hiper-homocisteinemia de 2-3 vezes o Risco de Trombose venosa. Os mecanismos pelos quais a Homocisteína favorece o Processo de Aterosclerose e Trombose não são conhecidos. Os efeitos tóxicos diretos da Homocisteína nas células endoteliais tem sido substanciadas por vários investigadores. A Disfunção endotelial está presente em pacientes jovens com Doença arterial periférica oclusiva e hiper-homocisteinemia. Os efeitos da Homocisteína na Função e sobrevida plaquetária são controversos.