Eletrochoque

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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Choque através da aplicação de corrente elétrica no Cérebro.
A indução de Convulsões para tratar algumas doenças mentais foi introduzida em terapêutica por Paracelsus, o excêntrico Theophrastus Bombastus von Hohenheim (Hohenheim era o nome da cidade suiça em que nasceu), conhecido médico e alquimista do século 16, que administrava cânfora a alguns de seus pacientes em doses crescentes até provocar Convulsões. Muitos enfermos com manifestações psicopáticas “recuperavam a razão quando cessava a convulsão”, segundo as próprias palavras de Paracelsus. Abandonada durante vários séculos, essa Técnica foi reintroduzida em 1930 pelo psiquiatra húngaro Ladislas von Meduna, que mais tarde passou a utilizar cardiazol com a finalidade de causar Convulsões em doentes psiquiatricos. Em 1934 Ugo Cerletti e seu Assistente Lucio Bini tentaram provocar Convulsões aplicando correntes elétricas entre o Reto e a Boca. Mais tarde eles passaram a aplicar as correntes entre as têmporas, obtendo bom sucesso em muitos casos. Antes de o experimentarem em pacientes, Cerletti e Bini testaram exaustivamente esse método terapêutico em peixes, anfíbios, répteis, aves e diversos mamíferos, concluindo pela inocuidade do Procedimento. Atualmente o Eletrochoque é administrado, nos bons Serviços de Psiquiatria, após curarização dos pacientes, para impedir a convulsão propriamente dita, que pode resultar em fraturas. Em 1987 neurologistas suecos verificaram que o Eletrochoque melhora consideravelmente pacientes parkinsonianos. Cada Crise provoca redução progressiva da Secreção de prolactina; uma vez que esta inibe a dopamina, é possível que o Eletrochoque aumente a Eficácia da mediação sináptica por esse neurotransmissor, que é reconhecidamente deficiente em parkinsonianos. César Timo-Iaria