Diabetes

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
Ir para navegação Ir para pesquisar

F. gr. diabetes, sifão, de diabainô, de diá, através e no Caso subentende-se que seja o rim + batro, ir, passar
Perturbação metabólica em que está diminuída a Capacidade de oxidar os carboidratos devido à Deficiência de insulina.
Esse Fato leva ao Aumento de Glicemia e conseqüente Glicosúria e Poliúria. Seqüentemente aparecem os sintomas sede, fome, emagrecimento e Astenia. A tríade: poliúria, polidipsia, Polifagia é patognomônica da Doença. A imperfeita combustão das gorduras conduz à acidose, com dispnéia, lipemicetonúria e Coma. A diminuição da Resistência orgânica propicia o aparecimento de pruridos e infecções. O Diabetes interfere no Processo evolutivo da Arteriosclerose de modo tal, que esta atinge intensamente as arteríolas poupando, às vezes, os vasos maiores mas agravando sobremaneira a Perfusão tecidual. Esse Fato se faz sentir no pé quando o Paciente descompensado é vitima de traumatismos. Estes desencadeiam gangrenas. Estas, diferentemente do que ocorre no Caso do isquêmico, que mumifica, as dos diabéticos se infectam e assim se instala o chamado pé diabético ou Gangrena úmida.
Oskar Minkowski (1858-1931) e Joseph Freiherr von Mering (1849-1908), fisiologistas alemães que, em Strasbourg, em 1889, descobriram em pesquisa experimental em cães que o Diabetes Mellitus resulta da supressão pancreática de Substância antidiabética denominada posteriormente insulina.
Na Universidade de Toronto Frederick Grant Banting e Charles Herbert Best extraíram experimentalmente em 1921, a insulina. Como Best não tivesse completado o curso médico, o que ocorreu em 1925, não recebeu pelos seus trabalhos com Banting o Prêmio Nobel de 1923. Este foi dividido com John James Rickard Macleod, Chefe do laboratório da Universidade de Toronto. Banting dividiu seu prêmio com Best para sanar a injustiça.
(ref. Guia de Vigilância Epidemiológica) Vem sendo reconhecido como um sério problema de Saúde pública em praticamente todos os países, independente do seu grau de desenvolvimento sócio-econômico, levando-se em consideração os seguintes aspectos: DM é uma Doença que necessita Controle metabólico por toda a vida; está freqüentemente associado ao surgimento de Complicações agudas e crônicas, sobretudo quando não é feito o Controle clínico adequado; tem elevada Prevalência e atinge todas as faixas etárias; modifica a Qualidade e expectativa de vida; pode levar a Incapacidade física permanente por Cegueira e Amputação de membros inferiores; é Causa freqüente de mortes prematuras por: Insuficiência renal, doenças cárdio e cérebro-vasculares, entre outras; afeta também o Sistema nervoso, causando neuropatias periférica e autonômica; o Diabetes na Gestação tem alta Morbidade e Mortalidade materno-fetal.
Tem grande impacto econômico não só pelos elevados custos envolvidos no seu Controle e no Tratamento de suas complicações, como também pela redução da produtividade e dos anos de vida perdidos.
Prevenção: Para o Diabetes insulino-dependentes, não se dispõe de medidas que previnam sua incidência, no momento; para o Diabetes não insulino-dependente, metade dos casos novos poderiam ser prevenidos evitando-se o excesso de peso, e outros 30% com combate ao sedentarismo; nos diabéticos, o Controle da Pressão arterial previne 80% dos acidentes vasculares cerebrais, 60% das amputações de membros inferiores, 50% das doenças renais terminais e 40% das doenças coronarianas; programas educativos podem reduzir pela metade o número de hospitalizações por Diabetes.
Aspectos Epidemiológicos do Diabetes - A Incidência do Diabetes Mellitus varia em diferentes populações. Até o final da década de 80 desconhecia-se a Prevalência desta doença, baseada em estudos populacionais no nosso meio, quando foi, então, realizado o Estudo Multicêntrico sobre Prevalência de Diabetes Mellitus no Brasil, em nove capitais brasileiras. Os resultados deste estudo, realizado na década de 80, estão resumidos a seguir: o coeficiente de Prevalência (número de casos existentes, em determinado momento, em relação à população focalizada) traduz a magnitude do problema e fornece subsídios para o planejamento das ações de Saúde. No Brasil, a Prevalência do diabetes, na população urbana de 30 a 69 anos, era de 7,6%, magnitude semelhante à de países desenvolvidos.
A intolerância à glicose, condição de maior Risco tanto de evoluir para o Diabetes como de desenvolver Doença aterosclerótica, Tinha Prevalência de 7,8% (semelhante à do diabetes). Representando uma situação onde as medidas de Intervenção podem apresentar grande impacto, modificando sua evolução.
Considerando todas as faixas etárias estima-se que no Brasil existam 5 milhões de diabéticos, dos quais metade desconhece o Diagnóstico. O número de intolerantes é estimado em 3.5 milhões.
Do total de casos de diabetes, 90% são do Tipo não-insulino-dependente (Tipo 2), 5 a 10% do Tipo insulino-dependente (Tipo 1) e 2% do Tipo secundário ou associado a outras síndromes.
A Prevalência do Diabetes é semelhante para homens e mulheres. Aumenta consideravelmente com o progredir da Idade. Dados brasileiros mostram que a Prevalência varia de 2,7% para o grupo etário 30-39 até 17,4% para o grupo de 60 a 69 anos.
Estudos Epidemiológicos: Estudo Brasileiro de Incidência de Diabetes/EBID: o Diabetes mellitus insulino-dependente/DMID é uma das mais freqüentes doenças crônicas da Infância e Adolescência. Sua Incidência mostra uma grande Variação geográfica, o que tem sido interpretado como evidência, tanto de fatores genéticos como ambientais em sua Etiologia.
A partir de 1990, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo o Estudo Brasileiro de Incidência de Diabetes, ampliando o registro que vinha sendo desenvolvido no Estado de São Paulo, agora como Parte de estudo multinacional, envolvendo mais de 55 países, e coordenado pela Organização Mundial da Saúde, denominado de Diamond (Diabetes Mondiale). Este estudo foi implantado em várias cidades brasileiras, pertencentes às cinco macrorregiões geográficas do país, e tem como objetivos: investigar e monitorar os padrões de Incidência do Diabetes insulino-dependente e Mortalidade associada com sua presença, e tentar detectar fatores de Risco; avaliar a efetividade e Eficácia dos serviços de saúde, bem como aspectos econômicos relativos ao Diabetes insulino-dependente; desenvolver programas de Treinamento na Área de Epidemiologia do Diabetes.
O Estudo Brasileiro de Incidência de DMID - EBID tem sede no Ministério da Saúde/Coordenação de Doenças Crônico-Degenerativas/Programa de Diabetes, em Brasília, DF, onde todos os dados coletados pelos centros participantes de todo país serão centralizados.
Um arquivo dos dados foi criado usando o programa Dbase II plus com entradas na tela semelhantes àquelas contidas no próprio formulário-padrão. O arquivo elaborado é compatível com o programa utilizado pelo Diamond, de modo a facilitar a transferência de nossos dados quando desejável.
Os dados dos registros têm sido guardados em disco rígido e cópias em disquetes. Este arquivamento dos dados também tem a finalidade de ser Fonte de referência.
Uma vez coletados os dados, estes são analisados na Universidade Federal de São Paulo (antiga Escola Paulista de Medicina) e a Taxa de Incidência determinada. Outras análises epidemiológicas poderão ser feitas incluindo Avaliação de tendências temporais e variações na Incidência com a idade, sexo, Grupo étnico e regionais dentro do país.
Os dados do Ebid serão oportunamente transferidos da sede nacional do estudo para a Central do Diamond, seguindo as normas previamente estabelecidas. Esta transferência deverá ocorrer por meio de disquetes, contendo os dados de Incidência e os denominadores populacionais, a fim de que os resultados mundiais possam ser analisados em conjunto.
Dados a Serem Coletados: o formulário-padrão do registro brasileiro de DMID inclui os seguintes itens: Nome do Indivíduo identificado; Sexo; Endereço completo (na ocasião do diagnóstico); Tempo de moradia na cidade; Data de Nascimento; Naturalidade; Cor; Data de Diagnóstico (correspondente a da primeira injeção de insulina); Local de Diagnóstico; Sintomas por ocasião do Diagnóstico; História Familiar de diabéticos em uso de insulina; Fonte de informação: primária ou secundária; Identificação de quem realiza a Notificação; Data da Notificação.
O dado tempo de moradia na cidade é colhido no Sentido de se certificar de que o Indivíduo não se encontrava apenas de passagem pela cidade quando notificado, cuja situação não o incluiria no denominador populacional local.
Estudo Brasileiro de Diabetes Gestacional/EBDG - Existe muita controvérsia em relação ao Diagnóstico e significado clínico das Alterações na Tolerância à Glicose durante a gravidez, e em particular do Diabetes gestacional. A grande variabilidade nos critérios diagnósticos e na definição do que seja um Controle glicêmico adequado tem resultado em dificuldades para se estabelecer rotinas de pré-natal, de esquemas terapêuticos, e mesmo para o conhecimento da freqüência do Diabetes gestacional. Visando um melhor atendimento obstétrico na rede do Sistema Único de Saúde, o Ministério da Saúde está desenvolvendo o Estudo Brasileiro de Diabetes-Gestacional - EBDG, que tem por principais objetivos: Avaliar a Prevalência do Diabetes gestacional e fatores de Risco associados; Comparar as taxas de Complicações obstétricas e neonatais em mulheres com Alterações na Tolerância à glicose, em relação àquelas sem essas Alterações; Validar clinicamente critérios diagnósticos para Diabetes gestacional e intolerância à glicose, de modo a sugerir o mais eficiente para normatização na rede pública de Saúde; Analisar os benefícios e custos do Diagnóstico precoce do Diabetes gestacional; Estabelecer uma linha de Base para Avaliação de programas específicos no futuro. A divulgação dos resultados finais do EBDG deverá ocorrer em 1997.
(ref. Crendice popular) Infusão de pata de vaca, pau ferro, pedra hume kaá, jambolão, Cajueiro e Carambola.
(ref. Distúrbio multifatorial – doenças adultas) Incapacidade de produção de insulina pelas células beta do Pâncreas; certos genes de antígenos dos leucócitos humanos são os principais determinantes do Risco.
(ref. CID10) Aconselhamento e Supervisão Dietéticos no Caso de Diabetes mellitus, (Z71.3)
Diabetes insípido nefrogênico, (N25.1)
Diabetes insípido, (E23.2)
Diabetes latente, (R73.0)
[Para as categorias E10-E14 as seguintes subdivisões de quarto Caráter são: com Coma – .0; com cetoacidose – .1; com Complicações renais – .2; com Complicações oftálmicas – .3; com Complicações neurológicas – .4; com Complicações circulatórias periféricas – .5; com outras Complicações especificadas – .6; com Complicações múltiplas – .7; com Complicações não especificadas – .8; sem Complicações – .9] Diabetes mellitus insulino-dependente, (E10)
Diabetes mellitus não-insulino-dependente, (E11)
Diabetes mellitus relacionado com a desnutrição, (E12)
Diabetes mellitus, outros tipos especificados, (E13)
Diabetes mellitus não especificado, (E14)
Diabetes mellitus na gravidez, (O24)
Diabetes mellitus pré-existente, insulino-dependente na gravidez, (O24.0)
Diabetes mellitus pré-existente, não-insulino-dependente na gravidez, (O24.1)
Diabetes mellitus pré-existente, relacionado com a desnutrição, na gravidez, (O24.2)
Diabetes mellitus pré-existente, não especificado, na gravidez, (O24.3)
Diabetes mellitus que surge durante a gravidez, (O24.4)
Diabetes mellitus na gravidez, não especificado, (O24.9)
Diabetes mellitus neonatal, (P70.2)
Diabetes químico, (R73.0)
História Familiar de Diabetes mellitus, (Z83.3)
Transtornos glomerulares no Diabetes mellitus, (N08.3 e E10-E14.2).