Panacéias
Na mitologia grega, Panacéia, (do gr. Panákeia), era o nome da filha de Asclépio, o deus da Medicina. Com esse nome indica-se o Remédio para todas as doenças.
A mídia freqüentemente cria a Ilusão da possibilidade de curas milagrosas, perturbando a compreensão objetiva das possíveis esperanças que o Indivíduo pode alimentar.
A medicina alternativa, muito explorada nas lacunas propiciadas pelo caos da Saúde, gera confusão na mente dos pacientes. Basta lembrar a celeuma causada pelo Ipê Roxo, que apareceu como panacéia, fazendo milagres. Multidão de pessoas passaram a usá-lo no Tratamento de Úlcera gástrica, Úlcera varicosa, hemorróida, Tumor da Bexiga e uma série de outras afecções de Etiologia comprovada e que, se tratadas corretamente, poderiam, em certos casos, ter Cura.
O malefício desses produtos está em que levam à procrastinação do Tratamento correto. Particularmente nos casos de neoplasias malignas, em que o retardo do Tratamento faz com que se perca um Período útil, antes de se instalarem as metástases. Nos demais casos, desde que o Tratamento seja inócuo, só prejudica a Qualidade de vida do paciente, que demora para se convencer de que não está obtendo o resultado desejado. Alguns tratamentos têm efeitos secundários indesejáveis. É de se considerar aquelas aplicações que causam irritações na Pele ou, às vezes, problemas graves de Alergia ou infeções.
Alguns cânceres, particularmente aqueles de Etiologia virótica, em futuro próximo poderão ser controlados com o uso de vacinas. Se há tantos laboratórios e farmacêuticos, conceituados internacionalmente, que investem somas elevadas na pesquisa sem chegar, até hoje, a resultados satisfatórios, que autorizem sua aplicação clínica, o que se poderia esperar, em matéria de eficácia, das vacinas, carvõesinhos, ervas ou rituais?
Participei com o Prof. Alípio Corrêa Netto de um programa de Controle de Eficácia de uma dessas vacinas. O pesquisador, que a produziu e a estava fornecendo diretamente ao público, foi por nós convidado a demonstrar a Eficiência de seu Produto com a garantia de que, no Caso de bom resultado, seus direitos seriam preservados e a divulgação seria feita com o respaldo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Um Protocolo foi elaborado, devidamente aprovado, e os doentes recebiam, além de todo Tratamento convencional, também a Vacina em Teste. Nada ficou comprovado quanto à Eficiência. O pesquisador foi idôneo e abandonou o programa de Controle quando ficou evidente, também para ele, a ineficiência do seu Produto.