Má notícia
É para o médico extremamente constrangedor dar a seu Paciente a Má notícia do resultado de um exame. Ele deve preparar-se para, com extrema habilidade, transmitir a notícia de maneira amena, o que vai ser para o Paciente ou para seus familiares algo de muito pesado. Nos casos de Morte súbita, quando o médico é chamado praticamente o Fato está consumado. Há, porém, uma oportunidade do médico confortar os familiares ouvindo todas as suas lamentações. Muita vez, a presença por si só faz Parte do conforto e quanto menos falar mais pode ouvir e ajudar a família na oportunidade. Nos casos de Diagnóstico de Doença incurável (de neoplasias, de Alzheimer, AIDS e outras), a Dificuldade do médico, embora paradoxalmente ainda é maior. É ele e apenas ele que pode e deve dar a Má notícia ao doente e seus familiares. Algumas delas envolvem a família de maneira a surpreendê-la e, de alguma forma, pode gerar até mesmo ódio contra o doente como no Caso de um senhor em que é feito o Diagnóstico de Aids e que a esposa pensa que ele a traiu com mulheres da vida e que os filhos pensam que ele era Homossexual. Como proceder é o Conflito que o médico enfrenta. O assunto foi muito bem estudado por Elizabeth Kübler-Ross que fez uma tipologia indicando a maneira mais freqüente do Paciente reagir ao saber o que a natureza lhe reservou. A reação dos pacientes é: Choque inicial, negação e isolamento, raiva, barganha, Depressão e, finalmente, aceitação. Ao primeiro impacto o doente projeta no médico todo seu Infortúnio e acha que ele errou o diagnóstico, freqüentemente procura outro médico sempre a procura de alguém que confirme o Erro no qual ele deposita toda sua esperança. As demais fases do Comportamento do Paciente já fogem ao momento crucial pois ele já conhece a evolução de sua Doença. No momento de dar a Má notícia instala-se na mente da família uma crise, o que talvez possa ajudar o médico que vai dar a notícia, em suas reflexões é lembrar que o Ideograma chinês significa Crise é composto de duas partes a Superior indicando Perigo e a outra, a oportunidade de Crescimento. A Religião e a fé da família pode ajudar muito nesse momento e representar grande conforto. É bom lembrar que o médico que acompanhou um Paciente com devoção em toda essa seqüência de sofrimento aprimorou o relacionamento com a família, esta teve a oportunidade de testemunhar que o melhor foi feito para seu ente querido. Para atestar que tudo isso foi verdade e que o médico deu de si toda competência e dedicação ele não sentirá constrangimento algum em comparecer ao velório e conversar com cada Membro da família. Ver: Doente terminal