Informação para o médico, explicação para o doente

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
Ir para navegação Ir para pesquisar

O grande Progresso tecnológico criando métodos diagnósticos modernos não conseguiu superar o valor da Observação Médica como a Fonte de informações, por excelência, dos dados concernentes à Doença e ao doente. A informação complementar trazida pelos familiares e convivas íntimos, muitas vezes, contribui sobremaneira para o Diagnóstico. Não pode ser esquecido que o êxito do tratamento, porém, depende de maneira significativa da colaboração do próprio doente. O ardente desejo de sarar pode ser Fonte de energia da Cura. Entretanto, para usufruir o privilégio dessa força é primordial que ele queira. A essa questão pode ser adaptada a afirmativa de Santo Agostinho quando diz o homem não pode ser, senão querendo e, no caso, para querer sarar é preciso conhecer o Mínimo necessário para compreender a Doença e, também, estar consciente da importância da participação no Tratamento. Não pode ser esquecido o Fato de que os Procedimentos médicos se fazem sob clima de apreensão, gerando certa Angústia no doente. O vínculo estabelecido no diálogo entre o médico e seu Paciente pode ser decisivo para a conquista da confiança. Esta será a garantia da colaboração, tão importante para a Cura. Até mesmo para aceitar a Ausência de Doença é fundamental que ele acredite no médico. Este relacionamento permite avaliar o grau de Ansiedade e até estimar quanto o Paciente vai colaborar. É comum o Indivíduo com Doença crônica não aceitar a realidade dos fatos e chegar a negar que o médico o tenha prevenido quanto à gravidade de seus problemas. Esse Fato ocorre simplesmente pela barreira psicológica que o Paciente cria para repudiar a verdade que o desagrada. Embora ela seja dita e repetida ele não escuta mesmo! O Código de Ética médica em seu art.11 é explícito ao dizer que o médico deve manter o Sigilo Profissional para os outros, desde que não prejudique o doente, mas tem obrigação de explicar de maneira clara o que ele deve saber sobre sua doença, como tratá-la ou a melhor maneira possível de cuidar-se. A valorização excessiva dos exames subsidiários em detrimento da Observação Médica tem enfraquecido a Relação médico-paciente afastando um do outro e tornando assim cada vez mais difícil o entendimento recíproco. Muitas vezes o próprio médico, ao término da consulta, não está convencido de que o Paciente o tenha entendido e sempre imagina que poderia ter dito algo a mais para elucidá-lo melhor. O médico deve informar ao Paciente com clareza e de maneira adequada, sempre, é claro, com muito bom senso, sem o afligí-lo mas também, sem iludí-lo. Ele deve ficar sabendo seu diagnóstico, os objetivos do tratamento, seus riscos e também os perigos de deixar de fazê-lo. A Receita médica que ele recebe, ao término da consulta, deve significar muito além de uma simples folha de papel com nomes de remédios e a maneira de tomá-los. Ela deve ser a mensagem de confiança a fortalecer a relação com seu médico. Este sentimento só existirá se o Paciente tiver compreendido com clareza o Mínimo sobre sua Doença. Com tais conhecimentos cabe a ele tomar sua própria decisão e fazer a escolha do que lhe aprouver. O Código de Ética lhe garante (art.48) decidir livremente sobre a sua Pessoa ou seu bem estar. Ressalte-se a importância de bom senso refinado nos casos em que o conhecimento exato da Doença pode agravá-la ainda mais. Para finalizar, deve-se ter em mente que muitas vezes a simples conscientização dos fatores que desencadeiam ou agravam a Doença pode aliviar seus sintomas. A força da vontade de sarar que o médico tem condições de despertar, pode vir a ser a energia para alimentar a esperança da Cura que dará Resistência para superar o Infortúnio e até encontrar outras alternativas para amenizar o convívio com a Doença.