Atendimento extra-hospitalar do acidentado

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
Revisão de 18h46min de 24 de julho de 2011 por Unknown user (discussão)
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O atendimento pré-hospitalar o acidentado está ultimamente merecendo maior Atenção. A vida moderna tem transformado os hábitos e os Costumes dos cidadãos e alguns dos seus mais aprimorados elementos de conforto têm se transformado em Arma mortífera. O número crescente de veículos nas ruas e nas estradas aumenta a cada dia, preocupando o governo, comunidade e Indivíduo com a segurança. Em todas as cidades, além das medidas de prevenção, são organizados sistemas de atendimento ao acidentado, uma vez que a presteza com que a vítima é atendida, bem como os procedimentos corretos imediatos são de capital importância para salvar a vítima e minimizar seqüelas. Alguns princípios básicos devem ser observados.
Atendimento de Pronto Socorro – 1. A ambulância que vai socorrer deve ser equipada e dispor de macas fixas e portáteis, Aparelho de oxigênio, aspirador, talas gessadas descartáveis, esfigmomanômetro, estetoscópio, Cânula de Guedel, faixas de Esmarch e material para pequenos curativos e Ambu. 2. A equipe de atendimento deve ser integrada por médico, motorista e Atendente de enfermagem ou Equivalente ao que se poderia chamar de paramédico. Todos, entretanto, devem ser treinados e reciclados periodicamente. O médico deve acompanhar sempre que possível o atendimento. Atribuição dos paramédicos: os atendentes de primeiros socorros, não sendo médicos, estão proibidos de diagnosticar e ministrar Medicamentos no local, pois, sendo objetivo principal a remoção imediata para um Hospital qualquer, outro procedimento, por melhor intencionado que seja é fator de retardamento. O mesmo não ocorre quando o médico atende a vítima no local do Acidente. Está capacitado a diagnosticar e deve então ministrar a medicação específica. A transfusão de Sangue não deve ser feita pelo inconveniente de eventual contaminação, possibilidade de Hemólise devido à movimentação do Veículo e, principalmente, por retardar a remoção da vítima. O atendimento nas estradas que servem a Grande São Paulo está acontecendo entre 6 e 14 minutos. Nos casos em que a vítima está presa nas ferragens e o resgate é demorado e quando o Hospital mais próximo está situado a menos de 15 minutos, o tempo é suficiente para colher a amostra de sangue, levar ao hospital, tipar, fazer a prova cruzada e então iniciar a transfusão no local. Enquanto o médico aguarda a chegada do sangue, ministra Solução salina ou expansores do Sangue na Veia para manter a Pressão arterial. O médico, quando no local, deve afastar a possibilidade de Lesão cranioencefálica e de Insuficiência respiratória e então pode sedar a vítima se for o caso, utilizando Sedativos potentes como a meperidina, Morfina ou seus Derivados. 3. O médico, quanto à distância, deve supervisionar o atendimento pelo Rádio e tomar as decisões que forem solicitadas durante o transporte. 4. A preocupação básica é transportar o acidentado o mais rapidamente possível, para o Hospital de retaguarda, assistindo-o adequadamente desde o primeiro momento até a sua sala de Admissão.
No local do AcidenteA primeira medida a ser tomada é a sinalização do local do Acidente para evitar novos acidentes; a seguir, faz-se um inventário verificando o número de veículos envolvidos, as vítimas (principalmente se há presos nas ferragens), emanações de vapores, gases ou líquidos tóxicos, cáusticos ou corrosivos, Incêndio; depois, as condições das vítimas. A Avaliação deve ser feita e, a sua retirada, com a máxima brevidade (nunca arrancar as vítimas das ferragens, mas antes procurar afastar as ferragens das mesmas).
Prioridades – A prestação de primeiros socorros obedece à prioridade dependendo: 1. do Estado de Consciência; 2. das condições cardiocirculatórias e respiratórias; 3. da presença de hemorragias; 4. da existência de fraturas ou luxações; 5. de apresentar queimaduras. Feito o diagnóstico, os procedimentos imediatos visam, dentro das prioridades estabelecidas, manter as condições vitais, imobilizar e, nos casos das queimaduras, não fazer aplicações locais na Área queimada, limitar-se apenas a envolver a vítima com plástico para protegê-la do meio Ambiente e evitar perda líquida, exceto quando a Queimadura é devido a líquido ou pós cáusticos ou corrosivos; neste Caso proceder à Lavagem ampla da Área atingida com Água em abundância.
Transporte – o transporte deve ser feito de preferência com veículos adequados como ambulância ou helicóptero. As ambulâncias devem permanecer a postos, nas rodovias, a menos de 15km do Acidente. O helicóptero é de custo elevado, manutenção dispendiosa e necessita de Operador especializado. Sua navegabilidade é restrita, não podendo ser utilizado à noite e nem em condições atmosféricas desfavoráveis como nevoeiro ou serração, além do Fato que a quantidade elevada de fios de alta tensão, cruzando rodovias e Ausência de heliporto na maioria dos hospitais. A maca simples é a preferencial para mobilizar o doente do local à ambulância, pois é facilmente instalada na ambulância, é a mais eficiente, principalmente nos casos de Fratura ou luxação da coluna vertebral. Nas suspeitas de Lesão cervical, deve-se manter a coluna imóvel utilizando um colar de papelão, colocado em MEIA e envolvendo o Pescoço.
No Pronto Socorro – Como a improvisação impera em nosso ambiente, o mesmo ocorre em muitos serviços de urgência e na realidade, dos numerosos hospitais que se dispõe, poucos estão em condições de receber e dar atendimento adequado ao politraumatizado. Esse Fato ocorre até mesmo entre aqueles que ficam próximos às rodovias e que freqüentemente deparam com o problema. Os hospitais de retaguarda devem ser selecionados exigindo-se um Mínimo de requisitos. Deve ter plantonistas em regime de tempo integral, nas seguintes especialidades: clínico-cardiologista, cirurgião geral e anestesista, além da Enfermagem especializada no setor. É necessário em ortopedia, Neurocirurgia e Cirurgia Plástica. Além dos especialistas, o Hospital deverá estar equipado com aparelhos e Materiais para os primeiros socorros, tanto na sala de Admissão e nas enfermarias, como no centro cirúrgico. Deve possuir banco de sangue, serviço de radiologia, Ultra-sonografia e laboratório de análises clínicas em condições de funcionamento ininterrupto. Na eventualidade do Hospital não preencher os requisitos, é conveniente levar o Paciente para outro mais distante, mas que satisfaça às condições mínimas para um atendimento adequado, do que deixá-lo em “qualquer hospital”. O Hospital que não preenche os requisitos estabelecidos costuma funcionar, como um posto de retardamento, pois não possuindo pessoal habilitado de plantão e material adequado, logo após o exame clínico, os politraumatizados terão que ser removidos para outro local. Masayuki Okumura